Quando os Estados Unidos foram interpelados, na 11ª Conferência Sobre Alterações Climáticas, em relação ao apelo proferido pelo primeiro-ministro do Canadá a uma "resposta global" às alterações climáticas, a líder da delegação americana Dobriansky retorquiu que o seu país desenvolvia, desde há cinco anos, projectos tecnológicos e de pesquisa, um investimento de “20 mil milhões de dólares”, bem como apostado em compromissos com “15 países e organizações” no desenvolvimento de projectos de emissões mais limpas e realizado experiências no domínio do “hidrogénio, nuclear e retenção de carbono”.
Estarão os Estados Unidos a iludir o mundo?
E a Austrália, sua parceira, estará a divagar quando defende que os limites à emissão de gases precisa reconhecer simultaneamente as necessidades dos países ricos e pobres?
E a China e a Índia? Porventura são as grandes esquivas dos acordos?
Ratificam o Protocolo de Quioto, na condição de países em desenvolvimento, logo não estão obrigadas a cumprir as metas, por ele estabelecidos. Agora, fazem parte da Parceria Ásia-Pacífico para o Desenvolvimento Limpo e o Clima, embora se saiba que a sua economia depende essencialmente do petróleo e do carvão.
Que céus nos próximos tempos?
Mais informações:http://www.acores.net/noticias/view-8585.html
http://agenciact.mct.gov.br/index.php?action=/content/view&cod_objeto=28010
http://www.portugaldiario.iol.pt/noticia.php?id=615820&div_id=291
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=114&id_news=203711
12 comentários:
São questões que fazem pensar e não vou responder, mas acrescentar mais uma,
Vamos ser dominados no futuro pelos asiáticos?
Gostei do blog
Vejo muita preocupação com as alterações climáticas globais e com o futuro do Mercado de Carbono. Será que o acordo evitará as alterações climáticas actuais, ou só será benéfico para as gerações vindouras?
Ao sr. anónimo agradeço a visita e o comentário e quase adivinho a proveniência...
Não sei se vamos ser dominados pelos asiáticos, mas que a Índia e a China vão conhecer um bum populacional nos próximos tempos é uma realidade. Que as suas economias estão em franca expansão é também outra realidade. Agora resta-nos fazer associações e prever um pouco do que poderá vir a acontecer.
Gostaria de pensar num desenvolvimento equitativo dos diversos paises, sem dominância de uns sobre os outros, embora saiba que é uma utopia. Tantos programas de combate à pobreza, à fome, ao xenofobismo, à discriminação... no fundo ao desenvolvimento sustentável, incentivando-se as economias dos paises em vias de desenvolvimento... no fim, o desenvolvimento será efectivamente uma realidade para alguns, mas para outros... enfim, com tantas oportunidades de investimento disperdiçado, oxalá não seja o... (penso no nosso país)
Ao Dr. Félix agradeço a pronta e atenta participação, sempre tão "just in time".
Há, de facto, uma preocupação acentuada com as alterações climáticas e com o mercado do carbono. Em 1º lugar, porque se temem as consequências, em 2º parece ser uma oportunidade que se estende ao desenvolvimento sustentável de todos países. A ideia de equitatibilidade é bonita e gostamos de pensar nela, mas vai ser assim? Não assistiremos de novo a jogos de poder? Quem irá beneficiar mais? Quem está mais preocupado com o ambiente do que com a sua economia?
Quero acreditar na ideia de que esforços estão a ser produzidos hoje para proteger os nossos amanhã. Quero ter em mente essa utopia.
Mas... A China vem logo atrás dos Estados Unidos em emissões de gases poluentes para a atmosfera, sendo precedida pela Índia, segundo dados da 10ª Conferência para as Alterações Climáticas. Fiquemos abismados, mais abismados quando se sabe que vão continuar a poluir, a poluir, por agora vão-se dando a esse luxo. Resta-lhes o investimento dos outros paises para minimizar a situação... a ver vamos.
Onde se lê " sendo precedida pela Índia", leia-se "sendo seguida pela Índia", desculpem-me.
Fátima.
Sem dúvida que mais do que o controlo de emissões, temos associado ao Protocolo de Quioto uma nova filosofia mundial. Respeito mútuo, desenvolvimento sustentável global, equidade no tratamento, etc, etc.
Habitualmente não sou pessimista, mas neste ponto acho que o mundo ainda não está preparado para isso.
Muito bem escolhida essa temática.
Agradeço a participação de mais um comentário, apesar de anónimo é bem-vindo. Já agora refiro que esta temática está relacionada com a 11ª Conferência Sobre as Alterações Climáticas que se realizou em Montreal no Canada de Novembro a Dezembro deste ano.
Volte sempre e obrigada
Dr. Félix, em relação ao que disse só acrescento:
- Há um longo caminho a percorrer e não vai ser nada fácil... A cultura da cooperação, da cooresponsabilização, do respeito, da justiça, da dignidade... levam tempo a desenvolver-se. À volta dessa cultura eclodem muitas culturas selvagens, que tais como as ervas daninhas lutam pelo seu espaço. Penso que o importante é não deixar que estas dominem. Para que tal não suceda há que continuar a trabalhar e acreditar no crescimento da cultura principal.
Fátima.
Essa nova cultura, não surgirá do nada, algo ou alguma coisa terá que acontecer para a despoletar. Avançará pela educação formal tal como a conhecemos? Será a Educação Ambiental o que despoletará consciências?
Concordo plenamente. Esta cultura de que falo pode ser desenvolvida através da implementação da Educação Ambiental nas escolas, de projectos de intervenção ambiental, de um trabalho mais coordenado entre as diversas associações ambientais, de medidas institucionais mais rigososas e consistentes, para salvaguardar as excepções... no entanto, acredito que se todas as iniciativas tiverem o cuidado de envolverem os diversos intervenientes no processo, serão poucas as excepções.
Não só envolver instituições, mas também indivíduos. Os indivíduos podem pertencer a associações ou instituições.
Os progressos no combate à poluição, seja de que tipo for, serão certamente conseguidos pelo somatório dos esforços indivíduais. O ambiente será certamente restaurado, por pequenos passos.
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