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22 novembro, 2007

MEIO AMBIENTE: Mudanças de Estratégias


Desde que foram estabelecidas as primeiras negociações do Tratado de Kioto (1994), pela diminuição das emissões de carbono, tudo o que se fez, não passou de retórica em todo o Mundo. Lamentavelmente, os governantes, atendendo aos interesses dos grupos económicos em seus respectivos países, nada fizeram de concreto. Foram anos e anos de reuniões, conversações e tentativas de convencê-los a efectivarem medidas sérias e eficazes.

Isto fez com que até o momento, nenhum resultado fosse obtido. Pelo contrário, as emissões aumentaram em 25% , neste período. Cada qual tem suas justificativas e desculpas, que nem cabe comentá-las de tão absurdas que são. O certo é que apenas alguns pequenos países estão tentando dar sua contribuição, quando na verdade, deveriam ser os últimos a entrar no sistema Kioto. Portanto, o Kioto já não serve mais.

O Brasil, por exemplo, ao mesmo tempo em que faz um belo discurso ambiental em defesa da biodiversidade, toma medidas absurdas e descabidas. Desrespeita a lei, causando ainda mais destruição e desequilíbrio climático. Não existe fiscalização e controle sobre os desmatamentos das florestas. Eventualmente, fazem de conta... prendem e multam algum madeireiro - que logo depois é solto - num jogo de faz de conta - e volta a fazer o mesmo: desmata, queima e destrói.

Na verdade, não se pode esperar que algo de bom aconteça neste país. Com tanta hipocrisia, descanso e maus exemplos por parte dos próprios governantes; como almejar que a sociedade faça a sua parte e espere que o “milagre verde” venha a ocorrer? Como tentar convencer as pessoas a participarem neste esforço de salvar o Planeta, se quem tem o dever de tomar iniciativas, está agindo exactamente ao contrário.

Para justificar tudo isso, diria apenas que os maiores equívocos dos governos (neste país) e não são por acidente e sim por decisões contrárias à opinião de cientistas, ambientalistas e técnicos em natureza; ou seja algo que foi discutido e alertado. Esses “equívocos ambientais”, são intervenções que jamais poderão ser compensados. Os grandes desastres ambientais que deles decorrerem, serão sem precedentes ou como diz o Nobel da Paz – Al Gore – “o imperativo moral de fazer grandes mudanças é incontornável.”

Para nós, os ambientalistas, o que alguns chamam de “equívoco”, são na verdade erros intencionais, atendendo aos interesses dos grandes grupos, que só pensam em lucrar fácil, sem se preocupar com a biodiversidade envolvida e o próprio homem. Jamais se poderá tratar qualquer questão ambiental, se não for contemplado o aspecto sócio-ambiental. E sem esta visão holística, se comete heresias e hipocrisias de todas as maneiras, que é difícil de acreditar que existam pessoas sérias dirigindo este país.

Então, colocamos como de gravíssima monta, as represas que serão construídas no rio Madeira, com sérios comprometimentos a toda a região, mesmo contrariando os laudos de impacto ambiental feitos por quem de direito, o IBAMA. Essa história nem precisa ser recontada, foi amplamente noticiada e discutida em todo o país. A outra aberração, chama-se transposição do rio São Francisco. Para atender aos interesses de grandes proprietários de terras do oeste baiano, o governo inventou a “transposição do velho Chico” e que já sabemos, resultará em um mega desastre ambiental em toda a região. Milhões de pessoas serão prejudicadas, agora e no futuro, para beneficiar uns poucos. Se alguém tem dúvidas quanto a isto, por favor, procure saber o que houve com o Mar de Aral, na extinta União Soviética – uma transposição para aumentar a produção do algodão – que resultou na morte do quarto maior lago do mundo, miséria e doença para mais de 60 milhões de seres humanos.

E para completar o raciocínio e não transparecer acusação barata e descabida, apresentamos o terceiro absurdo neste país (também em defesa dos interesses de grupos) em detrimento do verdadeiro interesse da sociedade - os chamados “desertos verdes” que se estão instalando no sul do Brasil (e em outras áreas, além de Argentina e Uruguai), a pretexto do desenvolvimento. Esses tapetes de flora exótica, causarão um terrível desastre ambiental em poucos anos sem nenhuma possibilidade de compensação ética. E os governos (federal e estaduais) são coniventes com esses absurdos e inclusive autorizam a transgressão legal, em favor dos investidores.

Esse facto em si, já seria reprovável no mais amplo sentido, se não houvesse ainda outras conotações imorais por trás disto. E para melhor expor tudo isto, voltaremos ao assunto em nosso próximo artigo. Aguarde.

Para encerrar, diríamos que o protocolo de Kioto não resultou em absolutamente nada de positivo, senão para reuniões incansáveis, despesas de viagens, hospedagens e outras necessárias aos deslocamentos de equipes e cientistas (e políticos do mundo inteiro). Hoje sabe-se que muitos cientistas estão de acordo em afirmar: lamentavelmente estamos caminhando para o pior da história humana. A destruição das condições de vida na Terra.

Já se sabe, que as estratégias que estavam sendo previstas para depois de 2.040, deverão ser adoptadas urgentemente, sob pena de não sobrar nada e nem ninguém, para apontar os erros de quem tem a obrigação de acertar e corrigir as distorções. Mas como tudo é feito em nome e pelo dinheiro, pouco se pode fazer a não ser informar a opinião pública de todo o Planeta.

As catástrofes anunciadas pelos cientistas do IPCC estão-se aproximando passo a passo. Destruição por temporais, passaram a ser constantes onde jamais aconteceram e outras calamidades mais, estão um pouco além do horizonte, esperando o momento de se abaterem sobre regiões inteiras. Não existe previsão de local e nem hora para acontecer. Apenas a certeza de que acontecerão. Ninguém está imune.

Então, sugerimos que sejam tomadas medidas urgentes, no sentido de preparar a população para a melhor forma de sobreviver e de reorganizar-se, após esses desastres. Pouco se tem para fazer, em termos do que se pensava - de conscientizar a sociedade. Temos que agir com urgência sob as estratégias que seriam para 2.040, isto se quisermos ver esse ano chegar para nós.

Com essas informações, já sabemos que aumentou em muito a responsabilidade de cada um e principalmente dos governantes e lideranças políticas, pois parece que já não se poderá mais “tapar o sol com a peneira” e nem bancar o avestruz.


Saudações ambientais


Prof. Antonio Paulo Estrázulas
DRT/ 1.031 – Jornalista
Diretor Presidente da UNIMEIO
unimeio@gmail.com
foto retirada de: sepiensa.org.mx/.../imagenes/act_kioto.jpg

5 comentários:

Desambientado disse...

Com a assinatura do Protocolo de Quioto em Bali, os Estados Unidos, fica isolado entre os países mais poluidores do mundo que não o assinaram.

Desambientado disse...

Há brilho nos pinheiros,
Como candeeiros,
Para imitar as estrelas,
As cores não são delas:
São escapadelas,
Fugazes e belas.
Que tragam:
Um Feliz Natal
Descomunal…

Félix

soslayo disse...

Fátima Silva:

Mas ainda bem que depois de Quioto veio Bali e já houve progressos e reconhecimento por parte dos EUA para fazer-se algo no sentido de salvaguardar o ambiente através da diminuição do lançamento de Dióxido de Carbono para a atmosfera!

Aproveito esta oportunidade para te desejar a ti e à tua família UM BOM E FELIZ NATAL e UM ANO 2008 cheio de progressos pessoais e mundiais em todos os aspectos que defendes. Um beijinho.

SANDRA CATARINA MARTINS BOARETTO disse...

Olá

Gostaria muito que conhecesse o meu blog, ficaria muito feliz ocm sua visita.
www.educrianca.blogspot.com

Boas Festas e um Feliz Ano Novo

Desambientado disse...

Fátima:
Traga para 2008, tudo o que de bom tem para dar:

Traga árvores p’ra plantar,
Consciências p’ra despertar,
Almas p’ra consolar,
E vidas para cuidar.

Traga champanhe fresquinho,
Por ser chique esse vinho
E fazer-nos acreditar,
Que o mundo ainda vai mudar.

Feliz 2008.

Félix